terça-feira, 12 de novembro de 2013

O corpo fala: blogterapia

Voltei, gente!

Voltei para contar que estou fazendo umas aulas de expressão corporal no estúdio em que faço minhas aulas de flamenco e que dou aulas de Pilates, a Alma Andaluza Studio de Dança. Tem sido muito bom para mim que sou bastante insegura em relação a mim e ao meu corpo, acho válido que quem tenha problemas relacionados à auto-imagem, à auto-estima trabalhem esses conflitos com atividades como essa, que usem o corpo como "ator principal". Mesmo o curso sendo voltado para a dança, para a expressão no ato de dançar, não consigo dissociar os sentimentos dos movimentos, aliás, acredito que os movimentos partem das "imagens emocionais" que guardamos. Conseguem me compreender? E é por esse motivo que coloquei esse título: o corpo fala.

As últimas aulas tem trabalhado muito com feridinhas bem complicadas em mim. Na semana passada fizemos um momento de observação do rosto do outro, das feições, de todos os detalhezinhos que formam nossa face. Tenho muita dificuldade de ser olhada, pois sempre me achei feia, principalmente pelo fato de ter uma grande cicatriz no rosto, apesar de as pessoas dizerem que ela quase não aparece, eu a vejo como uma coisa enorme, um defeito muito grande, além disso tem a carga emocional que essa cicatriz me traz, a perda de uma pessoa muito querida, tudo o que passei quando criança por causa dela, os olhares de estranhamento, as perguntas... pois ela é muito fina hoje, mas num período mais próximo ao acidente que sofri, era bem aparente e eu só tinha 6 anos. Enfim, o exercício era esse que descrevi e a minha sorte foi que fiz com uma pessoa que é extremamente sensível e gosta muito de mim (e eu dela!), além disso não sofre desses mesmos problemas que eu, me olhava com ternura, observando cada partezinha do meu rosto, mas eu sempre dava um jeitinho de desviar meu olhar, como se eu quisesse me esconder por alguns instantes, como se quisesse desaparecer naquele momento para não ser notada.

Temos trabalhado muito movimentação do corpo todo, como numa montagem coreográfica, a partir dos comandos da professora que, geralmente, são relacionados a sensações, sentimentos, emoções e isso tem despertado em mim uma vontade enorme de me movimentar mais livremente. Tenho percebido movimentos grandes e pendulares do meu corpo sempre que o deixo se mover como quer, sem pensar muito, movimentos mais fluidos, sem muito controle (apesar de ela sempre pedir controle do corpo! Kkkk!). Acho que estou, nesse momento, me livrando do que sempre me prendeu: a minha própria cabeça! Tentando preencher os espaços que estavam vazios dentro de mim, preencher com coragem, com vontade, com felicidade e seguindo a vida mais leve, mais fluida, sem querer ter o controle de tudo, me sentindo um balão sendo cheio pouco a pouco, mas que nunca ficará cheio o suficiente e nem nunca estourará. E sabem de uma coisa? Acho que estou indo de vento em popa, já que tenho conseguido fazer todas as dinâmicas, na frente das pessoas sem morrer de vergonha ou de achar que estou fazendo tudo errado como o de costume, me sinto bem mais segura ou, no mínimo, menos insegura.

Hoje fizemos uma dinâmica muito interessante que trabalhava algumas emoções que todas as pessoas passam ou já passaram um dia: raiva, medo, amor/sensualidade, nojo, encantamento e poder. Fizemos uns retângulos no chão e em cada um deles havia uma dessas emoções escrita, então nós escrevemos em cada retângulo o que quisemos relacionado a cada uma delas e depois entramos todas juntas em cada retângulo e fizemos com o corpo as expressões que representavam aquela emoção específica. Interessante as reações de cada pessoa! Eu não consegui fazer nada no retângulo do poder, não soube expressar com meu corpo...até comentei no final da aula que minha relação com o poder é muito particular, tenho um pouco de dificuldade. Quando estávamos na raiva me liberei e deixei meu corpo mostrar o quanto posso ser violenta num momento raivoso, como já fui uma vez com minha irmã quando ela conseguiu me tirar do sério e quase a atirei contra a parede... O nojo foi fácil! Me imaginei numa piscina de minhocas, baratas e polenta e pronto! Já me coçava toda, me deu um asco que foi difícil de sair daquilo, precisei parar, respirar um pouco para voltar para a dinâmica. Kkkkkkkkk!!!!

O amor/sensualidade foi muito difícil. Acho que tem muito a ver com as questões de auto-estima. As pessoas com auto-estima mais elevada conseguem saber o que é ser sensual, eu não sei e morro de vergonha de tentar ser sensual até para o meu marido (e mesmo assim ele se casou comigo, alguma outra coisa boa eu devo ter, né), o amor que consegui expressar foi o amor de amigo, o amor fraternal, com um abraço muito apertado numa das colegas (que é uma grande amiga), mas confesso que também não sou muito "abraçativa e beijativa", me acho meio bruta, sei lá. 

Bom, me deu muita vontade de falar sobre isso porque, como já contei para vocês há alguns posts atrás, estou fazendo tratamento para me curar de uma crise depressiva e as aulas de expressão corporal tem revelado muitas coisas novas em mim. Faço terapia de 15 em 15 dias, mas minha terapia não tem nada de trabalho corporal, até porque nunca consegui fazer terapia corporal exatamente pela vergonha que sentia. Me mostrar sempre foi muito complicado, sempre preferi ficar na minha, quietinha, até aparento ser meio antipática por ser assim, mas não sou não, gente, é só a minha fama de má! Kkkkkkkk!! Ah! Dançando faço todas as caras e caretas que as músicas me pedem, me expresso sem pensar muito, mas também foi muito tempo de trabalho interno, aqui na minha "cachola", para relaxar e deixar a coisa acontecer. Dançar também é terapêutico, pessoal!

Então tá! Chega, né! Já dei a dica e as aulas de expressão corporal lá no estúdio, no ano que vem, serão regulares. Se tiverem interesse, entrem na Fan Page do Facebook da Alma Andaluza Studio de Dança ou no Instagram @almaandaluzastudio, ok.

Monte de beijos!

4 comentários:

  1. Muito interessante esse tipo de atividade confesso que nunca fiz mas lendo seu post senti muita vontade desse enfrentamento pessoal

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  2. Chorei! :~
    Adorei ler seu relato Loris,essas aulas tem sido uma experiência muito forte pra mim tb, e obrigada pela propaganda de rebarba! haushuahsa
    Beijos, Ivna

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  3. Chorei, amei , sorri, partilhei minhas sensações minhas experiências com às pessoas que escolhi para serem vidas e vivas em minha vida. As aulas ministradas pela Ivna me enchem de orgulho pois vejo uma trajetória de vitórias ao se colocar em busca da plenitude do outra/a. Somos parte do todo que somados somos muito mais...Obrigada amigas queridas irmãs de alma por serem parte do meu campo de afeto. Amo vcs assim como amo viver às emoções proporcionais pela nossa busca de sermos melhores para nós e para o universo.

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  4. Foi bom demais!
    Eu que ganhei o abraço apertadoooooo. rsrs
    É maravilhoso fazer este curso com vocês!
    bjo

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