A caridade gratifica

Bom dia!

Ontem queria ter escrito sobre esse assunto, mas não tive muito tempo. O dia foi muito corrido e estava cheia de energia parar fazer todas as tarefas do dia, por esse motivo não consegui parar na frente do computador. É bem engraçado quando fico assim, porque é como seu tivesse uma formiguinha me mordendo o tempo todo e me fazendo andar pra lá e pra cá sem parar.

 

Na manhã de ontem, a faxineira do meu prédio me pediu para que doasse roupas do meu filho, que já não estivessem mais em uso, para uma moça que acabará de dar a luz e não tinha nada para o bebê. Pelo que entendi da história, ela havia escondido a gravidez da família, por ser bem pobre e certamente muito nova, e por isso não preparou o "enxoval" da criança, logo, nasceu sem ter o que vestir. Essas histórias sempre me tocam porque essas crianças não pediram para vir ao mundo e, por mais que saibamos que há métodos anticoncepcionais disponíveis na rede pública gratuitos, falta informação, falta educação, falta de tudo na vida de uma parcela grande da população. Mas, o quê mais me comoveu foi o fato de ela ter dito que há uma semana estava pedindo doações para as pessoas do meu edifício (aqui há pelo menos umas 10 crianças da idade do meu filho), mas ninguém ajudou.

 

Cheguei em casa, fui direto ao armário do Arthur ver o quê poderia ser doado. Não havia muita coisa, pois sempre aprendi a passar para frente o quê não uso mais e esteja em boas condições de uso. Minha mãe aprendeu com meu avô e me ensinou também que o quê sobra para nós está faltando para outra pessoa e a sempre que comprar algo novo, me desfazer de algo velho. Não! Isso não é praticar o desapego, é apenas viver com o necessário e ajudar ao próximo. Voltando, percebi que as roupas de recém-nascido do Arthur já haviam sido doadas, assim, peguei algumas maiores mesmo e fui a uma loja de roupas infantis e comprei mais algumas roupinhas menores, fraldas de pano, coeiros (aqueles panos de enrolar os bebês para que fiquem quentinhos), fraldas descartáveis e sabonetes. Gastei uns R$180,00 sem dor no coração (existem lojas com preços muito em conta para quem não sabe). Não sou rica, não tenho dinheiro sobrando para distribuir, mas tenho um coração molengo, que não pode ficar sabendo de situações desse tipo que se desdobra para ajudar. Fiz uma coisa parecida há alguns meses, mas consegui doações, além das minhas, da minha mãe e da minha avó.

 

Mas o quê quero dizer com isso é que quando enteguei aquela bolsa cheia de coisas pra faxineira aqui do prédio, fiquei tão feliz, senti uma paz tão grande no coração, que fiquei animada pelo resto do meu dia como se tivesse acontecido alguma coisa muito boa pra mim mesma, mas não, eu apenas estava ajudando a alguém que tem menos do que eu, daí percebi que sempre que tenho essas atitudes, sinto a mesma paz. Foi interessante que meu marido estava comigo na hora em que entreguei a doação e ele percebeu minha satisfação e me perguntou: "Você ficou feliz?" E respondi que sim, que parecia que meu coração estava inchado de felicidade.

 

Praticar a caridade é muito satisfatório! Mas, veja bem, tem que ser de coração, e não para mostrar para as pessoas, certo. Conheço muita gente que é caridosa da porta de casa pra fora, para mostrar o quanto é um ser bom para a sociedade. A caridade tem que começar dentro de casa, ajudando a seus funcionários, ajudando a seus parentes, ajudando a seus pais, irmãos, não só financeiramente ou comprando coisas, mas em ações, em atitudes que deixarão a vida das pessoas melhor. Um abraço, uma conversa, ouvir um desabafo, um olhar carinhoso, um sorriso terno, um cumprimento (que seja um bom dia no elevador) tudo isso é caridade e pode fazer um bem tão grande a quem recebe que você não imaginava que seria tudo isso.

 

Como já disse, não sou religiosa, ou seja, não frequento uma igreja, mas sei que todas as religiões, sem exceção, pregam a caridade e o amor ao próximo independente de quem seja, sem olhar a quem. É disso que estou falando. Não sabe a que ajudar? Olhe a sua volta! Tem muita gente precisando de ajuda! Pare seu carro para um velhinho atravessar na faixa de pedestre, ajude a um cego na rua, escolha um asilo para ajudar sempre que puder (que seja apenas com visitas, vocês não sabem o quanto os idosos gostam desse carinho de alguém ir vistá-los), procure um orfanato e vá brincar com as crianças, procure saber da vida dos seus pais e irmãos, dê um abraço forte num amigo que, por algum motivo, esteja triste... 

 

Ai! Tem tanta coisa para fazermos que é caridade! O problema é que gastamos a maior parte do tempo olhando apenas para nosso próprio umbigo, pensando o quanto nosso sofrimento é maior que o dos outros e pensando que somos o centro do universo. Não! Você, nem eu, somos o centro do universo! Converse mais com as pessoas, deixe que elas te contem seus problemas e também as coisas boas da vida delas e você começará a perceber que há vida a sua volta e que, talvés, os seus problemas não sejam nada perto dos problemas dos outros.

 

Não vou alongar mais essa conversa, embora ainda tenha muita coisa na "cachola" para falar sobre esse assunto, mas espero que fiquem com essa pulguinha atrás da orelha e comecem a prestar atenção nas suas atitudes, se você realmente consegue praticar a caridade. Tente! Você perceberá o prazer de ajudar ao próximo!

 

Monte de beijos!